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domingo, 26 de maio de 2013

A Era Vargas

  • A Era Vargas 1 (A Revolução de 1930)

  • Durante quinze anos Getúlio Dorneles Vargas governou o Brasil do Palácio do Catete no Rio de Janeiro. O pequeno homem de São Borja (RS) mostrar-se-ia um dos mais reconhecidos estadistas brasileiros guardando na mesma face inúmeros papéis. Sua figura ficou imortalizada como a do “Pai dos pobres”, embora para muitos também possa ser considerado “Mãe dos ricos”, dada a imagem paternal construída, principalmente graças à atuação do Departamento de Imprensa e Propaganda.

    As elites em cisão: as eleições de 1930.

    “São Paulo dá café, Minas dá leite e a Vila Isabel dá samba”. Os versos do “Poeta da Vila” – o cantor e compositor Noel Rosa – em Feitiço da Vila acabam por representar o principal jogo político existente durante a República Oligárquica (1894-1930): a alternação dos grupos oligárquicos de Minas Gerais e de São Paulo à frente do executivo nacional. As eleições de 1930 seguiriam o mesmo script e conduziriam o então presidente do estado minero Antônio Carlos à presidência. Seguiriam, pois nesse ano os dois grupos oligárquicos nacionais mais poderosos não estariam lado a lado no processo eleitoral.
     A presidência era ocupada por Washington Luiz membro do poderoso Partido Republicano Paulista. Apesar de ser natural de Macaé/RJ (o que lhe rendeu o apelido de “o paulista de Macaé”) cresceu politicamente no seio do grupo político mais poderoso do país. O governo anterior, Arthur Bernardes, marcado por inúmeras agitações políticas, como as primeiras manifestações do Tenentismo, deixara um clima de instabilidade e insatisfação que se diluíram durante o mandato seguinte. Aparentemente o velho jogo oligárquico manter-se-ia intacto, até a indicação de Júlio Prestes pelo PRP para a corrida presidencial de 1930.
    Acuado o Partido Republicano Mineiro (PRM) alia-se a grupos políticos do Rio Grande do Sul, Paraíba e Rio de Janeiro, formando a Aliança Liberal. As cabeças de chave eram compostas por Getúlio Vargas (RS) e João Pessoa (PB) como candidato a Presidente e Vice-Presidente.
    Apesar de uma plataforma de campanha que pregava a ordem política e a limpeza eleitoral a Aliança Liberal entregou-se às mesmas artimanhas políticas de seus opositores, mas ainda assim perdem as eleições. São Paulo, representado pelo candidato do PRP, saía triunfante sobre a vitória nas urnas. Vargas, Pessoa e cia. de pronto assumem a derrota frente aos poderosos paulistas.
    O assassinato de João Pessoa: façamos a “Revolução antes que o povo a faça”.
    João Pessoa, em 1929, negara o pedido do PRP para compor a chapa situacionista e posteriormente acaba por aceitar o convite para participar da Aliança Liberal sendo candidato junto a Getúlio Vargas. Estava aí selado o seu caminho pessoal e político. Após as eleições uma rebelião estoura na região de Princesa, liderada pelos oposicionistas à Pessoa, com apoio do Governo Federal. Na tentativa se sufocar a revolta ordenou que a polícia da Paraíba invadisse escritórios e casas de suspeitos de estarem interceptando armas para os revoltosos. Uma das residências invadidas foi a de João Dantas. Nela foram encontradas cartas íntimas suas, trocadas com sua amante e que acabaram sendo expostas na imprensa, gerando um grande escândalo na sociedade paraibana. Em viagem à Recife Pessoa acabaria sendo assassinado por Dantas na Confeitaria Glória, ponto de encontro da elite nordestina, na esquina das ruas da Palma e Nova, em 26 de junho de 1930.
    A Aliança Liberal, recém derrotada no pleito daquele ano, acabaria transformando um crime motivado por razões pessoais em crime político. Célebre ficou a frase de Antônio Carlos: “Façamos a revolução antes que o povo a faça”.

    A tomada do poder.

    A partir da morte de João Pessoa constrói-se um golpe que afastaria Washington Luís do poder e impediria Júlio Prestes a assumir a faixa presidencial. Em 3 de outubro de 1930 o movimento golpista inicia-se no Rio Grande do sul sendo posteriormente seguido por destacamentos em todo o país, principalmente nos redutos eleitorais da Aliança Liberal. Um mês depois, no dia 3 de novembro, uma junta militar passa o comando da nação a Getúlio Vargas. A revolução triunfara e Vargas só deixaria o Catete quinze anos depois.

     
     
    Fonte: Sou mais enem (Texto de Paulo Aprígio)

     

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