O nome senadores biônicos foi dado aos parlamentares escolhidos diretamente pelo governo para ocupar um terço das cadeiras do Senado, nos últimos anos da ditadura militar. Os senadores biônicos faziam parte do conjunto de medidas conhecidas como “Pacote de Abril”, uma ação do governo do general Geisel lançada em abril de 1977, que, além dos senadores biônicos, aumentava o mandato presidencial para seis anos e modificava a composição da Câmara dos Deputados, dando maior representação às bancadas do norte e nordeste do Brasil. Essas regiões recebiam uma forte influência política da ARENA, partido conservador de sustentação do regime militar.
No governo de Ernesto Geisel foram nomeados os senadores biônicos a fim de garantir o controle do Congresso pelos militares
A denominação biônica dada aos senadores decorria de uma série norte-americana de televisão, “O homem de Seis Milhões de Dólares”, que era retransmitida no Brasil pela rede Bandeirantes de São Paulo, na qual o personagem principal tinha sua vida salva por agentes do governo dos EUA, através de implantes biônicos instalados em seu corpo. A metáfora era feita para indicar os parlamentares que não enfrentavam as campanhas eleitorais e eram protegidos pelo governo.
O objetivo real era garantir uma maioria do governo militar no Congresso Nacional, além possibilitar ao governo Geisel um consenso entre as forças mais à direita dentre os militares. A medida fazia parte de seu projeto de abertura “lenta, gradual e segura”, que visava à participação da população brasileira na vida política do país, através da reconstrução de um regime democrático representativo.
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