Edição 1967, 9 de agosto de 2006
Linguagens e Códigos e suas Tecnologias– Lingüística
Os símbolos da escrita chinesa
Convide a garotada a pôr a mochila nas costas e embarcar numa excursão por lugares paradisíacos
O objetivo deste roteiro é evidenciar que, muitas vezes, tomamos por universal um viés ou uma ideologia dominante discutível. A elegância dos textos manuscritos daquela cultura oriental nos faz lembrar que, em História, Literatura, Arte ou mesmo em linguagem, estudar o Ocidente não significa compreender o mundo. Atividades 1ª aula - Conte que a preocupação em manter e propagar sistemas de valores fez o homem buscar na tradição memorizada recursos para preservar fielmente sistemas de crença. Por sua vez, a necessidade de representação do mundo e das coisas, em vários momentos históricos e contextos, levou-o à busca de representações visuais, com diferentes instrumentos e sobre materiais diversos. Assim, algumas culturas acabam por dotar-se de sistemas de escrita. Bastou isso para que, com o advento da ciência da linguagem, o eixo das discussões entre oralidade e escrita viesse a centralizar-se numa tensão entre ambas que destaca a primazia de uma sobre a outra, a depender do foco empunhado como espada nessa luta armada de teóricos. Em seguida, focalize a necessária distinção entre escrita e alfabeto e mostre à garotada certos elementos da escrita chinesa. Para tanto, distribua cópias dos três quadros deste plano de aula, sobre o alfabeto fenício, alguns ideogramas e os traços básicos da caligrafia chinesa. Sugira ainda que obtenham informações, em livros e na internet, sobre os quatro períodos de variação dessa escrita. • Os ossos — oráculo: gravações em carapaças de tartaruga (entre os séculos XV e X a.C.).• O selo antigo: escrita em vasos de bronze. • O selo mais jovem: antecedente do chinês moderno e ainda usado na caligrafia e na pintura.• A escrita lishu, que substituiu todas as outras no século VI a.C. Explique que a fonte de produção da escrita chinesa são os oito trigramas dispostos em círculo para formar um octógono (é o desenho do bagua do feng shui). Os ideogramas são construídos segundo linhas básicas, traçadas de cima para baixo e da esquerda para a direita. Mostre que não há nada aleatório. Pergunte, então, se no caso do alfabeto latino também existe uma fonte. Desenhe no quadro-negro um segmento de curva C e um segmento de reta | e demonstre serem eles a base do nosso alfabeto. Compare-o ao alfabeto fenício, "ancestral" do latino. 2ª aula — Reafirme que os estudos da linguagem, ao enfatizar que a escrita é apenas um registro imperfeito da fala, dificultaram a reflexão sobre a articulação existente entre a palavra falada e a escrita. Deixando de lado a concepção tradicional, abra um debate a respeito da incidência que a escrita teve — e tem — sobre atividades culturais e cognitivas. Discuta a relação complementar e dialética que a oralidade e a escrita mantêm. Leve a classe a perceber os elementos básicos da escrita chinesa: ideogramas, pictogramas e fonogramas. Se necessário, forneça exemplos em que os três elementos estão presentes. O site indicado no final deste roteiro é uma boa fonte de referência. • Ideogramas — símbolos gráficos que representam palavras ou conceitos abstratos. • Pictogramas — pequenos desenhos ilustrativos de objetos ou conceitos. • Fonogramas — signos fonéticos arbitrários. Relacione a escrita ideogramática com os hieroglifos egípcios e a pictórica com os glifos de determinados grupos indígenas, fazendo a turma ver que, a despeito da aparente diversidade entre as línguas, os princípios que as regem estruturalmente, na fala ou na escrita, tendem a aproximar-se. Tome alguns ideogramas que simbolizam conceitos abstratos. Vários deles, mostrados na foto da página ao lado, representam 10000 modos diferentes de escrever longevidade em chinês. Pergunte se a escrita converte alguns aspectos da linguagem, como as palavras, em objetos de consciência. É assim que passamos de um pensamento acerca das coisas para um pensamento sobre as representações dessas coisas? Sugira, a seguir, que os jovens reflitam: a escrita é um mero anexo da fala ou uma forma de "tecnologizar" a palavra porque, ao levá-la do mundo oral a um novo universo visual, transforma a fala e também o pensamento? Será essa a razão pela qual os chineses cultivam a caligrafia como arte? Será que eles iniciaram o que a imprensa e o computador apenas continuam — a separação da palavra do presente vivo? Nesse caso, na arte da caligrafia, a escrita gera uma distância que possibilita compreender e contemplar os próprios pensamentos (já que a palavra escrita objetiva o pensamento)? Peça comentários em forma de dissertação. Internet O site www.proel.org/chino.html apresenta ideogramas chineses, pictogramas e fonogramas |
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quarta-feira, 30 de outubro de 2013
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