Um olhar sobre etnocentrismo
( autor:Carlos Robson Cruz C Junior )
Diariamente entramos em contato com diferentes pessoas, onde cada uma delas apresenta comportamentos e atitudes que nem sempre julgamos as mais corretas. Muitas vezes podemos se utilizar de conceitos errados para classificar ou até mesmo taxar a cultura do outro, ocorrendo muitas vezes o etnocentrismo.
O etnocentrismo se caracteriza como quando julgamos a cultura alheia tomando como base nossos valores, conhecimentos e tudo aquilo que nos leva a crer que nossa postura é a mais correta. Ele acontece quando ocorre um choque cultural entre pessoas, onde um sente dificuldade em enxergar a diferença que existe no outro.
Dentro do etnocentrismo existem algumas características que dão ênfase nesse conceito ou julgamento de forma que uma venha a se ligar a outra. Podemos destacar:
Identidade Cultural: Formada pela nossa maneira de ser e agir perante situações; nossos valores, raízes, crenças, ensinamentos, conhecimentos e tudo mais que vem a constituir nossa cultura.
Representação: É maneira pela qual nossos valores são expostos; aquilo que aprendemos durante a vida, repassado perante as gerações; nossos atos e culturas.
Estereótipos: Forma de preconceito onde são utilizados adjetivos para construir a uma imagem perante um traço marcante.
Reforço de estilo: Métodos utilizados que reforçam a "minha cultura", de modo que a "outra cultura" se enfraqueça ou diminua de acordo com minha visão.
Em poucas palavras o etnocentrismo acontece quando nos deparamos com alguém ou algo diferente, a partir desse momento ocorre um choque de culturas, na qual o "eu" busca valores e cria uma definição ou pré-conceito do fato.
Para tal definição usamos a Identidade cultural, pois utilizamos nossa cultura para julgar superior à outra, ou até mesmo como a cultura correta. De acordo com as ações do outro criamos estereótipos, pegando uma característica e relacionando-a a situação que se apresenta.
Procuramos expor nossa visão e nossos valores através de representações para justificar tal e assim cada vez mais damos prioridade ao que é nosso, valorizando cada vez mais a cultura através de mecanismos de reforço.
Indo de encontro à conduta etnocêntrica, existe a abordagem relativizadora. Esta última analisa e compreende assuntos distintos, buscando entender que certos valores são efeitos de culturas desenvolvidas no passado e que um comportamento ou atitude tido como estranho, pode ser o correto conforme os padrões do outro.
Um dos pesquisadores que se destacou nos estudos contra o etnocentrismo, Michel de Montaigne, viveu na época renascentista. Dentro do seu contexto, onde a sociedade passava por uma lenta transformação, Montaigne dizia que era necessário desconfiar da opinião pública; incentivava o uso da razão no ato de fazer julgamentos, buscando que todos passassem a ver a cultura sobre diferentes enfoques sem tomar como base os próprios valores.
Não adianta tentar julgar sem ao menos parar e refletir nos valores e raizes que se apresentam na cultura dos outros.
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